sexta-feira, junho 16, 2006

Jangada de Açúcar

Adquiri uma jangada, não de pedra como a de Saramago, mas repleta de açúcar e doçura para comemorar um mês de vida da minha filha.
Um mês de vida! Data digna de assinalar e assim, num dia feriado (15 de Junho) meti-me à estrada para descobrir uma pastelaria para cantar os parabéns àquele pequeno ser que nasceu há precisamente quatro semanas e três dias.
Numa pequena aldeia, nos arredores de uma grande cidade, encontrei uma vitrina com pastéis de nata, pastéis de requeijão, bolas de Berlin, e bolos de arroz. Nada me satisfez realmente, mas subi o olhar e vi uma jangada de açúcar, amarela também conhecida vulgarmente por palmier com creme. A pequena jangada estava esquecida num dos tabuleiros da pastelaria.
Estava só, brilhante, cremosa, poética. Percebi que seria o bolo ideal para dividir com o pai em fatias depois de cantar os parabéns e apagarmos a vela à aniversariante.
Assim se fez. Uma jangada de açúcar que nos fez navegar por memórias recentes, mas intensas de felicidade, a hora do nascimento de um filho. As dores de parto, a felicidade de sentir o bebé em cima do corpo e depois, as lágrimas a correrem pelo rosto fora quando a enfermeira trouxe a bebé para os meus braços e ela olhou para mim atenta com os olhos brilhantes de curiosidade pelo mundo novo que conhecia.
Uma jangada de açúcar para nos ajudar a viajar por momentos, instantes irrepetíveis.

1 Comments:

Blogger Bárbara said...

Que todas as jangadas de açucar e todas as festas tivessem tanto significado como essa!!!!***

segunda set. 04, 12:01:00 da tarde  

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