Trabalho de Parto - Parte II
A cabeça da bebé está bem posicionada foi o veredicto de uma enfermeira. Algumas contracções de Braxton Hicks - que são praticamente indolores ou de bastante tolerância e só estão a preparar o útero para o momento do trabalho de parto - eram cronometradas no CTG (cardiotocografia), uma avaliação que fazem numa máquina que serve para medir as contracções do útero e o batimento do coração do feto.
Contudo o meu útero continuava pouco permeável. Ainda ia demorar mais algumas horas. Mais um comprimido, mais uns passeios pelo hospital e por volta das 15:00 rebentam-me as águas. Tinha a certeza que eram as águas a rebentarem. Olhei para o pai e apeteceu-me chorar. Chorei encostada à parede, mas chorei de alívio e de alegria, mas também de compasso de espera para ganhar coragem para a tal “hora pequenina”. Esperei muito por aquele momento.
Era muita água a cair e quente, parecia que queimava a escorregar pelas pernas e a cair no corredor do hospital. O médico veio avaliar-me e disse-me “isto agora não pára”… Tive a certeza que não passava do dia 15 de Maio. Foi tudo muito rápido. Chamaram enfermeiras, enfiaram-me uma agulha no braço, faz impressão, entra muito na veia. Puseram-me a soro e mais alguma coisa, acho que também tem umas hormonas que acelera o processo de dilatação! As contracções iniciaram-se, cada vez mais dolorosas e assíduas. Estava a entrar em trabalho de parto, mas lembrava-me das respirações que aprendi na preparação para o parto e tentei manter-me calma com a ajuda do pai e de uma enfermeira amiga que não parava de contar histórias para passar o tempo. Apetecia-me gritar, mas mantive-me calma e só a suportar a dor com a respiração. Não chorei mais. Fiz-me de forte. Fecharam as cortinas de ambos dos lados da cama, afinal estava na cama do meio e tinha duas companheiras de quarto a ouvir tudo. Não podia armar-me em fraquinha, nem as podia assustar!
Entrei no bloco de partos com 4 ou 5 centímetros de dilatação. Consegui entrar numa hora em que ainda davam epidural. O horário é das 08:00 às 18:00! Tive sorte e uma enfermeira amiga que soube ajudar-me a conseguir entrar a tempo de levar a epidural. A anestesista foi simpática. Deu-me a quantidade q.b. para as dores amainarem e continuar a ter as dores para saber quando devia fazer força para a expulsão. Depois da anestesia a abertura do útero foi avassaladoramente rápido. Lembro-me do pai dizer: "esta foi enorme", "esta chegou cá acima", "estão mais frequentes"…
Pouco tempo depois chegouo uma outra enfermeira maravilhosa, acho que se chamava Fátima, que exclamou alto e a bom som "isto já está assim". Já estava com os tais 10 centímetros necessários!!! Finalmente.
A enfermeira pediu ajuda. Num ápice veio a trupe médica. Uma médica novinha a saltitar com pequenos instrumentos metálicos acalmou-me com a sua beleza e juventude; parecia que ia ser fácil e rápido.
Era uma multidão na sala, mas ao mesmo tempo não via ninguém. Fechava os olhos para me concentrar na força que me pediam para fazer.
A bebé nasceu às 20:09 saudável. Colocaram-me a bebé em cima, e só tive coragem de lhe tocar no braço e ombro, tive medo de não conseguir segurá-la, estava fraca, parecia um sonho, comecei a chorar acho eu.
Passados poucos minutos trouxeram aquele ser vivo pequenino e vestido para o pé de mim e do pai, que assistiu a tudo corajosamente, o que me deu muito tranquilidade. Trazia os olhos abertos e olhou para mim e para o pai muito atenta, estávamos a travar conhecimento cara a cara pela primeira vez. Foi onírico… Sem palavras. Começámos os dois a chorar e a bebé a olhar calmamente para nós... Voltaram a levá-la…
Contudo o meu útero continuava pouco permeável. Ainda ia demorar mais algumas horas. Mais um comprimido, mais uns passeios pelo hospital e por volta das 15:00 rebentam-me as águas. Tinha a certeza que eram as águas a rebentarem. Olhei para o pai e apeteceu-me chorar. Chorei encostada à parede, mas chorei de alívio e de alegria, mas também de compasso de espera para ganhar coragem para a tal “hora pequenina”. Esperei muito por aquele momento.
Era muita água a cair e quente, parecia que queimava a escorregar pelas pernas e a cair no corredor do hospital. O médico veio avaliar-me e disse-me “isto agora não pára”… Tive a certeza que não passava do dia 15 de Maio. Foi tudo muito rápido. Chamaram enfermeiras, enfiaram-me uma agulha no braço, faz impressão, entra muito na veia. Puseram-me a soro e mais alguma coisa, acho que também tem umas hormonas que acelera o processo de dilatação! As contracções iniciaram-se, cada vez mais dolorosas e assíduas. Estava a entrar em trabalho de parto, mas lembrava-me das respirações que aprendi na preparação para o parto e tentei manter-me calma com a ajuda do pai e de uma enfermeira amiga que não parava de contar histórias para passar o tempo. Apetecia-me gritar, mas mantive-me calma e só a suportar a dor com a respiração. Não chorei mais. Fiz-me de forte. Fecharam as cortinas de ambos dos lados da cama, afinal estava na cama do meio e tinha duas companheiras de quarto a ouvir tudo. Não podia armar-me em fraquinha, nem as podia assustar!
Entrei no bloco de partos com 4 ou 5 centímetros de dilatação. Consegui entrar numa hora em que ainda davam epidural. O horário é das 08:00 às 18:00! Tive sorte e uma enfermeira amiga que soube ajudar-me a conseguir entrar a tempo de levar a epidural. A anestesista foi simpática. Deu-me a quantidade q.b. para as dores amainarem e continuar a ter as dores para saber quando devia fazer força para a expulsão. Depois da anestesia a abertura do útero foi avassaladoramente rápido. Lembro-me do pai dizer: "esta foi enorme", "esta chegou cá acima", "estão mais frequentes"…
Pouco tempo depois chegouo uma outra enfermeira maravilhosa, acho que se chamava Fátima, que exclamou alto e a bom som "isto já está assim". Já estava com os tais 10 centímetros necessários!!! Finalmente.
A enfermeira pediu ajuda. Num ápice veio a trupe médica. Uma médica novinha a saltitar com pequenos instrumentos metálicos acalmou-me com a sua beleza e juventude; parecia que ia ser fácil e rápido.
Era uma multidão na sala, mas ao mesmo tempo não via ninguém. Fechava os olhos para me concentrar na força que me pediam para fazer.
A bebé nasceu às 20:09 saudável. Colocaram-me a bebé em cima, e só tive coragem de lhe tocar no braço e ombro, tive medo de não conseguir segurá-la, estava fraca, parecia um sonho, comecei a chorar acho eu.
Passados poucos minutos trouxeram aquele ser vivo pequenino e vestido para o pé de mim e do pai, que assistiu a tudo corajosamente, o que me deu muito tranquilidade. Trazia os olhos abertos e olhou para mim e para o pai muito atenta, estávamos a travar conhecimento cara a cara pela primeira vez. Foi onírico… Sem palavras. Começámos os dois a chorar e a bebé a olhar calmamente para nós... Voltaram a levá-la…
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